Abel enfrenta imprensa sem filtro, explica pouco e Palmeiras amplia crise

São Paulo, SP, 26 (AFI) – O Palmeiras voltou a se ver pressionado fora de sua zona de controle. Acostumado ao “grupo do bolinha” que filtra jornalistas e perguntas incômodas no Allianz Parque — sobretudo em jogos de Libertadores, em que o clube determina credenciamentos e evita confrontos públicos com Abel Ferreira — o técnico não teve como controlar a sala de imprensa da Arena do Grêmio. E acabou questionado pela escalação incomum, pela leitura de jogo e pelas substituições tardias na derrota por 3 a 2.

Mesmo ainda vivo na briga pelo título brasileiro, Abel optou por uma formação inteiramente reserva. A justificativa oficial recai na final da Libertadores marcada para o fim de semana. A escolha até pode ser defendida pelo contexto, mas a execução expôs um time sem coordenação, sem intensidade e com atletas claramente mantidos além do tempo necessário em campo.

O Palmeiras teve momentos de competitividade, mas as trocas demoraram e não corrigiram o problema central: falta de organização entre setores e pouca criação ofensiva. A ausência de ajustes alimentou a irritação da torcida e forneceu munição para a bateria de perguntas aos jornalista presentes no estádio — perguntas que dificilmente seriam feitas no ambiente controlado do Allianz.

QUE FASE!

Visivelmente incomodado, Abel encerrou a coletiva após três ou quatro respostas, sem disposição para aprofundar explicações sobre a derrota ou sobre a sequência de escolhas recentes. Saiu com semblante fechado, enquanto o Palmeiras ampliava para cinco jogos o jejum de vitórias no Brasileirão.

O tropeço entrega o título praticamente nas mãos do Flamengo e deixa o Palmeiras com a sensação de ter perdido mais uma chance de pressionar o rival antes da decisão continental. A equipe vai para a final da Libertadores carregando dúvidas que não existiam semanas atrás — e sem blindagem possível para evitar novos questionamentos.