Belmonte revela divergência com Casares após saída do São Paulo

Belmonte revela divergência com Casares após saída do São Paulo

3 minutos 01/12/2025

São Paulo, SP, 01 (AFI) – O São Paulo vive um momento de debate interno sobre sua gestão financeira. Após deixar o cargo de diretor de futebol, Carlos Belmonte tornou pública sua insatisfação com a estratégia adotada pelo presidente Julio Casares para diminuir o endividamento do clube.

Em 2025, o Tricolor trouxe nove reforços, mas sem realizar investimentos em direitos econômicos, o que vem gerando discussões nos bastidores.

No último balanço, o São Paulo fechou 2024 com déficit de R$ 287,6 milhões e uma dívida total de R$ 912 milhões. As contratações deste ano foram Oscar, Tapia, Cédric, Wendell, Enzo Díaz, Juan Dinenno, Rafael Tolói, Rigoni e Maílton, todos sem custo de investimento direto.

Carlos Belmonte deixou o cargo de diretor de futebol após a goleada sofrida por 6 a 0 pelo São Paulo diante do Fluminense, pelo Campeonato Brasileiro. Apesar da temporada instável, o time tricolor ainda pode conseguir uma vaga na Libertadores do ano que vem.

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GESTÃO DO SÃO PAULO E DEBATE SOBRE INVESTIMENTOS

Belmonte defende que apenas cortar gastos não é suficiente para mudar o patamar do clube, apontando rivais como Palmeiras e Flamengo, que investem pesado e colhem resultados.

“Não existe resultado sem investimento. Por que Palmeiras e Flamengo fizeram a final da Libertadores e lideram o Campeonato Brasileiro? Porque têm mais investimento, eles podem contratar mais atletas. Nós teremos o investimento que Palmeiras e Flamengo têm? É lógico que não, mas eu acho que temos que entender o que queremos como instituição, esse é o principal problema do São Paulo hoje”, destacou o ex-diretor em entrevista ao “GE”.

“A redução virá com um time competitivo, com um time mais forte, com investimento no futebol. Sem investir no futebol, na minha visão, a gente vai reduzir R$ 30, 40, 50 milhões em uma temporada, mas numa dívida de mais de R$ 900 milhões. Quanto tempo vamos levar para reduzir para um patamar mais baixo?”, indagou.

Segundo ele, a busca pela redução da dívida deve ser equilibrada com a montagem de um elenco competitivo. “O são-paulino quer a redução da dívida a todo custo ou pensa em um outro projeto de redução de dívida? Acho que aí que está a questão que deve ser debatida. Eu sei que esse pensamento nem é o mais simpático perante a torcida, mas eu não acredito nesse processo de redução da dívida a todo custo.”

BRASILEIRÃO 2025 E O FUTURO DO TRICOLOR

Apesar da divergência de ideias, Belmonte não acredita em risco de rebaixamento para o São Paulo, mesmo com a política de menor investimento. “Quanto menos investimento você tiver, mais você corre o risco (de ter uma temporada pior). Eu acho que não vamos passar por isso (brigar contra o rebaixamento), pois a gente vem tendo uma gestão austera e este ano que é tratado como péssimo para o São Paulo, nós estamos em oitavo no Brasileirão e terminamos em quinto a Libertadores, não corremos risco efetivo de rebaixamento, ficamos no meio da tabela.

Ele ressalta, porém, que sem reforços de peso o clube tende a permanecer no meio da tabela. “Agora, se não investirmos, continuaremos sendo time de meio de tabela e se num ano for um pouquinho pior, pode correr risco de rebaixamento. Então o que eu acho é que temos que trabalhar pensando em investir no futebol. Eu tenho minhas ideias e acho que não é oportuno eu passá-las agora, pois não sou o presidente do São Paulo, eu passo isso, sempre que posso, para o presidente, e indico que esse é o caminho. Mas sem investir no futebol a gente não sai do quadro que está.”

Belmonte esteve à frente do futebol do São Paulo de 2021 até dezembro de 2025 e, agora, segue como conselheiro, apoiando a situação liderada por Casares.

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