Calcanhar de Aquiles: o maior problema defensivo do Atlético pós-Mundial

Calcanhar de Aquiles: o maior problema defensivo do Atlético pós-Mundial

4 minutos 23/09/2025

Bola no ar, sinônimo de preocupação. As jogadas aéreas têm sido o maior problema defensivo do Atlético desde o retorno pós-Mundial de Clubes. A fragilidade alvinegra em se proteger deste tipo de lance foi decisiva para a sequência de resultados negativos atravessada pelo time nas últimas semanas.

Desde a pausa do futebol brasileiro para a disputa da Copa do Mundo de Clubes da Fifa, o Atlético teve 19 jogos. O Galo sofreu gol em 16 destes compromissos, com média de 1,3 tento sofrido por partida (25 no total).

O levantamento produzido por No Ataque mostra que as bolas aéreas são, de fato, o principal desafio. No recorte em questão, 14 dos 25 gols sofridos pelo Atlético foram provenientes de jogadas assim (56%).

Raio-x dos gols sofridos pelo Atlético pós-Mundial

A seguir, estão listados todos os duelos do Atlético desde o fim do Mundial de Clubes. Em negrito nas listas abaixo, estão demarcados todos os gols sofridos pelo Galo em situações de cruzamento.

12/7 – Bahia 2 x 1 Atlético (Campeonato Brasileiro)

  • Rebote depois de cruzamento
  • Finalização da entrada da área

17/7 – Atlético Bucaramanga-COL 0 x 1 Atlético (Copa Sul-Americana)

20/7 – Palmeiras 3 x 2 Atlético (Campeonato Brasileiro)

  • Cabeceio depois de cruzamento em escanteio
  • Finalização depois de cruzamento
  • Triangulação dentro da área depois de falha da defesa

24/7 – Atlético (3) 0 x 1 (1) Atlético Bucaramanga-COL (Copa Sul-Americana)

  • Cabeceio depois de cruzamento em falta

27/7 – Flamengo 1 x 0 Atlético (Campeonato Brasileiro)

  • Cabeceio depois de cruzamento em falta

31/7 – Flamengo 0 x 1 Atlético (Copa do Brasil)

3/8 – Atlético 2 x 1 RB Bragantino – Campeonato Brasileiro

  • Finalização depois de cruzamento

6/8 – Atlético (4) 0 x 1 (3) Flamengo – Copa do Brasil

  • Finalização dentro da área depois de construção de passes

10/8 – Vasco 1 x 1 Atlético – Campeonato Brasileiro

14/8 – Atlético 2 x 1 Godoy Cruz-ARG – Copa Sul-Americana

  • Finalização dentro da área depois de rebote e jogada individual

17/8 – Atlético 1 x 3 Grêmio – Campeonato Brasileiro

  • Cabeceio depois de escanteio
  • Finalização depois de ajeitada de cabeça em escanteio
  • Finalização dentro da área depois de triangulação

21/8 – Godoy Cruz-ARG 0 x 1 Atlético – Copa Sul-Americana

24/8 – São Paulo 2 x 0 Atlético – Campeonato Brasileiro

  • Finalização da entrada da área depois de troca de passes
  • Cabeceio depois de troca de passes e cruzamento à meia altura

27/8 – Atlético 0 x 2 Cruzeiro – Copa do Brasil

  • Finalização de fora da área depois de condução em liberdade
  • Finalização depois de ajeitada de cabeça em escanteio

31/8 – Vitória 1 x 0 Atlético – Campeonato Brasileiro

  • Finalização da quina da área depois de construção ofensiva

11/9 – Cruzeiro 2 x 0 Atlético – Copa do Brasil

  • Finalização de dentro da área depois de rebote em cruzamento vindo de falta
  • Finalização depois de rebote em lance de cruzamento em escanteio

14/9 – Atlético 1 x 1 Santos – Campeonato Brasileiro

17/9 – Bolívar-BOL 2 x 2 Atlético – Copa Sul-Americana

  • Cabeceio depois de escanteio
  • Pênalti

20/9 – Botafogo 1 x 0 Atlético – Campeonato Brasileiro

  • Cabeceio depois de cruzamento

Erros de posicionamento, falta de agressividade nas abordagens individuais e desatenção aos rebotes são os principais motivos que têm levado o Atlético a sofrer tantos gols nestas condições. O tema é alvo de críticas frequentes por parte de torcedores nas redes sociais.

Os tentos que mais representam esta deficiência alvinegra ocorreram, possivelmente, nos clássicos contra o Cruzeiro pelas quartas de final da Copa do Brasil. Mesmo diante de compromissos de tamanha importância, a defesa do Galo “cochilou” em lances que envolveram cruzamentos e sofreu três gols – de quatro marcados pelo arquirrival – nestas circunstâncias.

A análise dos últimos quatro jogos expõe ainda mais o problema. Isso porque todas as vezes em que o Atlético foi vazado com bola rolando neste recorte recente se deram em jogadas de cruzamento (quatro) – os outros tentos adversários foram de pênaltis (dois).

Lyanco corta cruzamento durante clássico entre Atlético e Cruzeiro no Mineirão - (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A. Press)
Lyanco corta cruzamento durante clássico entre Atlético e Cruzeiro no Mineirão(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A. Press)

Sampaoli reconhece problema, mas aponta outra prioridade

Depois da derrota para o Botafogo, no último sábado (20/9), o técnico Jorge Sampaoli reconheceu o problema do Atlético nas bolas aéreas defensivas. Ainda assim, apontou a falta de criatividade ofensiva como principal desafio a ser solucionado à frente da equipe.

“Estamos trabalhando a todo tempo. Nós estamos recém-chegados, tentando corrigir através do pouco tempo de treinamento, mas otimizando tudo. Lamentavelmente, é um déficit que estamos tendo agora. Mas o mais preocupante é o ofensivo. Ofensivamente, o time tem volume, mas não tem contundência em relação às possibilidades que pode chegar a gerar. Temos que insistir sobre isso”, analisou o treinador.

“É muito trabalho. Muitas situações estruturais que permitam que haja mais opções de gol para ganhar os jogos. Hoje pode acontecer que o rival, em uma jogada, faça um gol. Mas a gente carece de criatividade ofensiva, mas do que qualquer outra coisa”, acrescentou.

Próximo jogo do Atlético

Na última quarta-feira (17/9), o Atlético voltou a vacilar com um jogador a mais e cedeu empate ao Bolívar, por 2 a 2, no Estádio Hernando Siles, na altitude de La Paz. Alexsander e Vitor Hugo balançaram as redes para o Galo, enquanto Robson Matheus e Dorny Romero igualaram para os Celestes.

No jogo decisivo, o Atlético precisará superar o Bolívar por qualquer placar para conquistar a vaga nas semifinais da Sul-Americana – um novo empate leva a decisão aos pênaltis. A bola rolará para o embate na Arena MRV, em Belo Horizonte, a partir das 19h desta quarta-feira (24/9).

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