Campeão da Libertadores pelo Cruzeiro diz não ter ido à Copa do Mundo por ‘trairagem’

Campeão da Copa Libertadores de 1997 pelo Cruzeiro, Palhinha afirmou que não foi convocado para a Copa do Mundo de 1994 por “trairagem”. O ex-meia fez o “desabafo” ao jornalista Nivaldo Prieto, em participação no Café com Prieto.

Naquela época, segundo Palhinha, a confiança na convocação para o Mundial nos Estados Unidos era grande, visto que ele foi presença frequente no período pré-Copa, teve números consideráveis e disputou a Copa América de 1993.

“Estava tudo certo. Eu já tinha contrato com o patrocinador, tava jogando Copa América a inteira. Ia para todas as convocações para a Seleção. Aí vem a convocação para a Copa do Mundo, esperava ser convocado. Eu estava com o Parreira desde 1992, joguei 16 jogos e fiz cinco gols. Me via no grupo”.

Desempenho na Seleção

Palhinha fez alusão precisa às estatísticas, uma vez que os números obtidos pelo ex-atleta foram os mesmos descritos no podcast (16 partidas e cinco gols). O desempenho, contudo, não foi suficiente para que o meia fizesse jus à convocação para a Copa.

Cria do América, o então atacante defendia o São Paulo em 1992, quando conquistou a Copa Libertadores na condição de artilheiro, com sete gols. Naquele ano, Palhinha estreou pelo Brasil em amistoso contra o México.

O primeiro gol veio em 1993, na Copa América, diante do Chile. A Seleção Brasileira foi eliminada pela Argentina, em decisão por pênaltis, após empate por 1 a 1, nas quartas de final.

Segundo o ex-camisa 10 do Cruzeiro, as razões que o preteriram não diziam respeito às quatro linhas, mas a situações extracampo, sobre as quais ele preferiu não entrar em detalhes.

“Depois eu fiquei sabendo o motivo de não ter ido, foi o que me deixou mais chateado. Coisa de trairagem e outras coisas mais, mas é difícil falar porque trabalho com o futebol hoje.”

Palhinha

‘Figurinha’ carimbada para o Mundial

Palhinha disse, inclusive, que constava no álbum de figurinhas, lançado antes da Copa de 1994, como potencial atleta da Seleção Brasileira. A afirmação é verdadeira, corroborada pelo cromo abaixo:

“Eu estava no álbum de figurinhas e de uma hora para outra mudou tudo, não fui para a Copa, por razões que não posso falar”

Brasil na Copa de 1994

A Seleção Brasileira conquistou o tetra da Copa do Mundo ao vencer a Itália na final, em decisão por pênaltis, após empate por 0 a 0 no tempo normal. O atacante Roberto Baggio, camisa 10 dos italianos, desperdiçou a última cobrança ao chutar a bola por cima do travessão de Taffarel.

A dupla de ataque da equipe treinada por Carlos Alberto Parreira teve Romário, autor de cinco gols no Mundial, e Bebeto, que balançou a rede três vezes. Os reservas da posição eram Viola, Paulo Sérgio, Müller e Ronaldo.

Palhinha no Cruzeiro

Nascido em Carangola, na Zona da Mata, Palhinha chegou ao Cruzeiro em 1996 em uma icônica negociação com o São Paulo.

O clube mineiro liberou o meia Beletti e o lateral-esquerdo Serginho ao Tricolor Paulista, recebendo de volta, além do camisa 10, o lateral-direito Vitor, o zagueiro Gilmar, o volante Donizete Oliveira e o atacante Ailton.

Com a camisa celeste, Palhinha conquistou a Copa do Brasil de 1996, a Copa Libertadores de 1997 e o Campeonato Mineiro em 1996 e 1997. Ao todo, o meia disputou 103 jogos pela Raposa e marcou 36 gols.