Como campeão pelo Cruzeiro se preparou para se aposentar aos 32 anos

Como campeão pelo Cruzeiro se preparou para se aposentar aos 32 anos

4 minutos 20/09/2025

Enquanto muitos jogadores prolongam a trajetória no futebol para além dos 40 anos de idade, Bruno Rodrigo se aposentou cedo. Campeão brasileiro em 2013 e 2014 pelo Cruzeiro, o ex-zagueiro colocou um ponto final na carreira em dezembro de 2017, aos 32 anos, quando estava na reserva do Grêmio. A decisão foi tomada por causa de sucessivas lesões no tornozelo esquerdo.

Antes de pendurar as chuteiras, Bruno Rodrigo se reuniu com o educador financeiro Marcelo Claudino, CEO da Top Family Office, e recebeu a sugestão de empreender na construção civil. O ex-camisa 4 juntou capital suficiente para investir no ramo imobiliário e na abertura de uma empresa de transportes em Três Lagoas (MS), onde mora com a esposa e dois filhos.

“Naquele momento, ele estava construindo a casa dele no Mato Grosso do Sul. A gente via que ele tinha um excelente construtor. Fizemos as contas, ele sempre foi bastante previdente. Ele realmente estava sofrendo muito fisicamente, queria mais ter mais tempo com a família. A gente traçou um planejamento empreendendo na construção civil. Coisa que ele faz até hoje com esse construtor e também com o cunhado na área de transportes e tal. E deu muito certo”, afirmou Claudino, em entrevista ao No Ataque.

“Hoje ele tem uma vida tranquila, praticamente não precisa mexer muito no patrimônio, porque ele vive de renda, de rendas que ele criou fora do esporte”.

Marcelo Claudino sobre Bruno Rodrigo

‘Aposentadoria começa três anos antes’

Segundo Marcelo Claudino, o atleta que caminha para o fim da carreira tem de se preparar com pelo menos três anos de antecedência. Nesse período, ele definirá quais rumos tomará na nova jornada profissional.

“Precisa começar a pensar uma área que goste, de repente começar a estudar, porque você não vira a chave de uma hora para outra, né? Se ele, quando parar de jogar, até ele achar uma coisa que ele gostaria de fazer, até ele se acostumar com o dia a dia”.

No Ataque entrevistou o educador financeiro Marcelo Claudino, CEO da Top Family Office - (foto: Túlio Santos/EM D.A Press)
No Ataque entrevistou o educador financeiro Marcelo Claudino, CEO da Top Family Office(foto: Túlio Santos/EM D.A Press)

O especialista em finanças explicou que uma ocupação se faz necessária aos ex-jogadores, pois nem todos terão paciência para ficar dentro de casa vivendo apenas do dinheiro aplicado no banco.

“Não tem mais aquele ambiente do café, da tia do restaurante, que os atletas gostam muito. São pessoas que vieram de camadas humildes e mantêm essa humildade. Isso acho que é importante falar também. O dia a dia do clube, do roupeiro. A resenha faz muita falta para o atleta. Ele começa a ficar dentro de casa, com muito tempo sobrando. Não está acostumado a ver os meninos correndo o dia inteiro, dando trabalho, fazendo bagunça. E isso causa um certo incômodo”.

Marcelo Claudino

A exemplo de Bruno Rodrigo, que buscou a tranquilidade familiar quando ainda tinha “lenha para queimar” no futebol, muitos jogadores perguntam a Marcelo se já podem fazer o mesmo.

“O caso do Bruno Rodrigo é interessante porque ele parou cedo e alguns atletas hoje já falam em parar antes do imaginado. “Você acha que eu posso parar?” Aí eu falo: “Vamos fazer conta. Ainda não, né?” Mas o desgaste mental e físico hoje é muito grande. A intensidade, o calendário, as exigências da família. A gente está num mundo muito corrido. Para o atleta, não é diferente”.

Carreira de Bruno Rodrigo

Um dos 17 gols de Bruno Rodrigo pelo Cruzeiro foi na vitória por 3 a 2 sobre o Atlético, no Independência, pelo Brasileirão de 2016 - (foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)
Um dos 17 gols de Bruno Rodrigo pelo Cruzeiro foi na vitória por 3 a 2 sobre o Atlético, no Independência, pelo Brasileirão de 2016(foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)

Nascido em Andradina (SP) no dia 12 de abril de 1985, Bruno Rodrigo foi um zagueiro de muita imposição na bola aérea. No Cruzeiro, ele recebeu de Dedé o apelido “Cabeça de Míssil”, devido aos vários gols feitos em cabeceios certeiros.

Em 12 anos como profissional, o defensor de 1,86m disputou 448 jogos e marcou 45 gols, a maioria em jogadas oriundas de faltas laterais e escanteios. Além de Cruzeiro e Grêmio, ele vestiu as camisas de Portuguesa e Santos.

Na Toca, Bruno formou dupla com Dedé, Léo e Manoel. Com os zagueiros, o Cruzeiro conquistou o Brasileirão de forma consecutiva ao somar 76 pontos em 2013 (23 vitórias, 7 empates e 8 derrotas) e 80 em 2014 (24 vitórias, 8 empates e 6 derrotas).

Jogos e gols de Bruno Rodrigo

  • Portuguesa – 192 jogos e 22 gols
  • Santos – 80 jogos e 6 gols
  • Cruzeiro – 166 jogos e 17 gols
  • Grêmio – 10 jogos
  • Total – 448 jogos e 45 gols

Títulos

  • Série A2 do Paulista 2007 (Portuguesa)
  • Campeonato Paulista 2010, 2011 e 2012 (Santos)
  • Copa do Brasil 2010 (Santos)
  • Copa Libertadores 2011 (Santos)
  • Recopa Sul-Americana 2012 (Santos)
  • Campeonato Brasileiro 2013 e 2014 (Cruzeiro)
  • Campeonato Mineiro 2014 (Cruzeiro)
  • Copa Libertadores 2017 (Grêmio)

Fonte

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