Como Cuca viu pressão aumentar e passou a ter futuro incerto no Atlético

Como Cuca viu pressão aumentar e passou a ter futuro incerto no Atlético

4 minutos 28/08/2025

O trabalho de Cuca está “por um fio” no Atlético, e a saída do treinador do comando alvinegro é questão de tempo. Mas o que fez com que a pressão sobre o projeto do técnico aumentasse nas últimas semanas? A seguir, o No Ataque lista cinco razões pelas quais a quarta passagem do paranaense no Galo está próxima do fim.

Nas últimas semanas, o Atlético empilhou maus resultados. Desde o retorno do futebol brasileiro após a pausa para a Copa do Mundo de Clubes, o Galo somou oito derrotas, cinco vitórias e um empate.

Ainda que tenha avançado nos mata-matas, o time alvinegro deixou más impressões aos torcedores ao conquistar classificações com emoção, por meio de disputas de pênaltis. Na Série A do Campeonato Brasileiro, a queda na tabela de classificação também chamou atenção – atualmente, o clube ocupa a 12ª posição.

Baixa produtividade ofensiva

Se, no início da temporada, o Atlético de Cuca empilhava grandes chances de gol e era superior aos adversários na maior parte dos jogos, o cenário mudou nas últimas semanas. Foram apenas 12 gols marcados na somatória dos 14 compromissos disputados pós-Mundial.

A falta de dinâmicas para chegar aos gols adversários tem sido motivo de críticas de diversos torcedores e jornalistas da imprensa esportiva. Por vezes refém da bola longa, o Galo está distante de explorar o melhor nível dos homens de frente e, por isso, tem enfrentado tantas dificuldades de balançar as redes adversárias.

O cenário neste sentido é amplificado pela ineficiência da saída de bola alvinegra. Especialmente quando pressionado pelos oponentes, o Atlético abusa de erros e se desfaz da posse com facilidade.

Problemas defensivos

Do mesmo modo, o sistema defensivo tem deixado a desejar. Ponto especial de atenção tem sido a bola aérea, que desde o início da temporada é um “calcanhar de Aquiles” do time de Cuca.

Outra falha constante do Atlético tem sido a proteção da entrada da área. A descompactação entre as linhas e a falta de agressividade nas abordagens individuais na região contribui para gols adversários com relativa frequência.

A situação está diretamente relacionada com pedidos de Cuca não atendidos em tempo hábil pela diretoria. Em coletiva recente, o treinador paranaense voltou a frisar a necessidade de um novo zagueiro e um novo primeiro volante no elenco – ainda que tenha adotado discurso de alinhamento com os dirigentes nas últimas semanas em relação a estas carências.

Jogadores do Atlético lamentam gol do Grêmio na Arena MRV - (foto: Ramon Lisboa/EM/DA.Press)
Jogadores do Atlético lamentam gol do Grêmio na Arena MRV(foto: Ramon Lisboa/EM/DA.Press)

Individual como reflexo do coletivo

Alguns jogadores sentiram mais a queda de desempenho do Atlético e tiveram atuações abaixo da média nos últimos jogos. Na defesa, os laterais Natanael e Guilherme Arana e o zagueiro Junior Alonso passam por momentos instáveis. O último, inclusive, falhou no segundo gol do Cruzeiro na derrota por 2 a 0 na quarta-feira (27/8), na Arena MRV, pela ida das quartas de final da Copa do Brasil.

O atacante Rony, por sua vez, não contribuiu com gols nos últimos 14 jogos, mas seguiu como titular até o clássico contra o Cruzeiro. Já Hulk até balançou as redes em algumas partidas, mas também não demonstrou o futebol ao qual os torcedores se acostumaram nos últimos anos.

Além disso, seja por culpa coletiva ou individual, o reforço mais caro do Galo na temporada ainda não rendeu o esperado. O atacante Júnior Santos, comprado por R$ 44 milhões ao Botafogo, tem apenas dois gols e duas assistências em 26 jogos.

Perda de força na Arena MRV

O Atlético embalou sequência de 17 jogos invicto como mandante em 2025, mas tudo mudou após a pausa para a disputa do Mundial de Clubes. Desde então, o Galo até conseguiu classificações na Arena MRV, mas as duas nos pênaltis após derrotas por 1 a 0 no tempo regulamentar – para Atlético Bucaramanga-COL, na Copa Sul-Americana, e Flamengo, na Copa do Brasil.

Nas últimas seis partidas, o Galo só saiu com a vitória diante do RB Bragantino no Brasileiro e contra o Godoy Cruz-ARG, no torneio continental – ambas por 2 a 1. As outras duas derrotas foram para Grêmio (3 a 1), na Série A, e Cruzeiro.

Clássico como possível “gota d’água”

O trabalho de Cuca já não era unanimidade entre os torcedores, mas a “gota d’água” foi o revés para o Cruzeiro. A equipe fez um primeiro tempo equilibrado, mas repetiu falhas de jogos anteriores e permitiu com que o rival triunfasse novamente na Arena MRV.

No primeiro gol, um desencaixe na marcação deu liberdade para que o zagueiro Fabrício Bruno acertasse bela finalização de fora da área. Depois, o defensor celeste subiu mais que Junior Alonso em cobrança de escanteio e deixou o atacante Kaio Jorge sozinho na pequena área para marcar. Este tento foi semelhante ao segundo gol do Grêmio em jogo recente – o que irritou ainda mais os atleticanos nas arquibancadas.

Fabrício Bruno comemora gol sobre o Atlético na Arena MRV - (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A. Press)
Fabrício Bruno comemora gol sobre o Atlético na Arena MRV(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A. Press)

A derrota em um clássico, principalmente como mandante, e em um mata-mata, pode ter sido a última de Cuca no comando do Atlético. Os gestores do clube avaliam uma troca de técnico, e a demissão pode ser anunciada nesta sexta-feira (28/8).

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