Corinthians confirma dívida bilionária e avalia recuperação judicial

São Paulo, SP, 23 (AFI) – O Corinthians enfrenta um cenário delicado fora das quatro linhas. Relatórios apresentados por uma consultoria detalharam a dívida bilionária de R$ 2,7 bilhões e recomendaram alternativas como a recuperação judicial.

O clube também foi alertado sobre contratos prejudiciais e o risco de transfer ban, que já impede o registro de novos atletas nesta temporada da Série A do Brasileirão.

O levantamento, entregue para a diretoria e o presidente Osmar Stabile, veio após a atual gestão quitar o serviço contratado no início de 2024.

O estudo confirma a dívida já conhecida, mas mostra potencial de economia de R$ 84 milhões por ano se medidas forem adotadas.

DÍVIDA DO CORINTHIANS

O relatório indica oito frentes para otimização das contas, com possibilidade de reduzir a relação entre dívida e geração de caixa de 12 para sete.

Mesmo assim, a consultoria sugere adesão ao Regime Centralizado de Execuções (RCE) ou medidas como planos de recuperação judicial.

O Corinthians já tem um RCE em andamento, com mais de R$ 367 milhões em dívidas reconhecidas na Justiça, sendo R$ 190 milhões em processos de execução.

Em agosto, o clube foi impedido de registrar novos jogadores devido a decisões da Fifa e Corte Arbitral do Esporte, com risco de novas punições pelos contratos analisados.

CONTRATOS

Entre os contratos considerados lesivos, destaca-se a renovação do acordo de bebidas e alimentos na Neo Química Arena até 2030, apontado como “especialmente maléfico” por comprometer parte de uma futura receita com a possível liberação de venda de bebidas alcoólicas nos estádios paulistas.

Já o contrato do estacionamento firmado em 2018, que vai até 2028, estabelece um faturamento mínimo difícil de ser atingido, especialmente após a pandemia.

Com isso, o clube segue sem receber valores previstos. A diretoria já negocia com uma nova empresa para assumir o serviço, mas busca alternativas para rescindir o contrato atual.

Durante a reunião de apresentação dos relatórios, o clube reforçou em nota oficial que os contratos analisados possuem cláusulas de sigilo e que as providências necessárias já estão sendo tomadas pela diretoria.

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