Cruzeiro e Diniz se reencontram após vice amargo e entrevista polêmica

O Cruzeiro viaja ao Rio de Janeiro para encarar o Vasco em São Januário, neste sábado (27/9), às 18h30, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro. O duelo proporcionará à Raposa reencontro com Fernando Diniz. Dois principais eventos marcam a passagem do atual treinador cruz-maltino pelo clube celeste: o vice amargo na Copa Sul-Americana e a entrevista polêmica que lhe rendeu ‘segunda oportunidade’.

Qual era a missão de Diniz?

Diniz assinou com o Cruzeiro em setembro de 2024. Àquela altura, a equipe vivia momento de instabilidade no Brasileiro, e a missão do novo comandante era levar a Raposa adiante na Sul-Americana e garantir uma vaga na Copa Libertadores de 2025 pela tabela da Primeira Divisão. Nada feito.

Na estreia de Diniz, o Cruzeiro sofreu diante do Libertad, do Paraguai, mas empatou por 1 a 1 e conseguiu avançar à semifinal. O treinador precisou de sete jogos para vencer no comando celeste pela primeira vez – o triunfo por 1 a 0 sobre o Lanús, da Argentina, garantiu a Raposa na final da competição continental.

Vice amargo na Sul-Americana e sem vaga na Libertadores

A partir dali, Diniz liderou o Cruzeiro em oito compromissos até o fim da temporada. Foram apenas duas vitórias, dois empates e quatro derrotas. Entre os tropeços, um não sai do imaginário do torcedor celeste: a incontestável derrota por 3 a 1 para o Racing, na final da Sul-Americana.

Para completar, o time não engrenou na Primeira Divisão e encerrou a participação sem a vaga na Libertadores. Ao fim da 38ª rodada, a Raposa ocupava a nona posição na tabela de classificação, com 52 pontos, um a menos que o Bahia, que avançou à fase preliminar da Libertadores em oitavo lugar.

Diniz descobre demissão pela imprensa e cobra diretoria

Antes da última rodada da Série A, a demissão de Diniz – independentemente do que ocorresse no confronto com o Juventude – já repercutia na imprensa. Ciente das notícias, o treinador desabafou na entrevista coletiva após o último compromisso no Brasileiro. Ele garantiu que não havia sido comunicado.

“Estou falando isso aqui, caso se confirme (a demissão). Até agora ninguém falou ‘você está demitido’. Acho uma maneira espúria fazer isso aí, com qualquer um. Caso isso não se confirme, porque eu espero que isso seja mentira, eu custo a acreditar que uma pessoa chega há uma semana (e fala) ‘você está aqui até o final de 2025 pelo menos’. E depois de uma semana (fala) ‘você está fora do negócio’”, iniciou o treinador.

Na sequência, o comandante cobrou postura da diretoria celeste: “Não tem nenhum problema (a diretoria dizer) que não tem resultado, não era isso, queríamos resultado, não dá, você está fora. Aceitaria numa boa. Mas, nessas condições, não. É muita falta de convicção”.

A nova oportunidade não durou muito

No dia posterior à entrevista, Diniz se reuniu com Pedro Lourenço, sócio majoritário da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Cruzeiro. Mudança de rota. Após a conversa, o mandatário definiu que o treinador seguiria no cargo para a temporada seguinte.

A nova oportunidade do técnico não durou muito, apenas três partidas oficiais, todas pelo Campeonato Mineiro (vitória sobre Tombense, derrota para Athletic e empate com Betim). Antes da estreia no Estadual, a Raposa havia empatado com São Paulo e Atlético em amistoso pela FC Séries.

Qual o aproveitamento de Diniz no Cruzeiro?

Fernando Diniz se despediu do Cruzeiro com aproveitamento baixo, de apenas 35%. Foram 18 partida, quatro vitórias, sete empates e sete derrotas.

Wesley Carvalho, auxiliar, assumiu o comando da equipe até a diretoria celeste definir o próximo treinador. O integrante da comissão técnica acumulou dois triunfos, uma igualdade e um tropeço até a chegada de Leonardo Jardim.

O comandante português demorou a engrenar, mas acionou a quinta marcha e pouco titubeou na trajetória. Jardim soma 39 partidas à frente do Cruzeiro, sendo 21 vitórias, 10 empates e oito derrotas, o que configura aproveitamento de 62,3%.