Início » Cruzeiro x Atlético: comunicador é forçado a trocar camisa e fala em ‘humilhação’
O comunicador Marco Geves, dono do canal Bica Galo, de cobertura especializada sobre o Atlético no YouTube, diz ter sido alvo de “humilhação” na noite dessa quinta-feira (11/9), no Mineirão, em Belo Horizonte. Durante a cobertura do clássico contra o Cruzeiro, pelas quartas de final da Copa do Brasil, o profissional e sua equipe tiveram de tirar camisas que representam a marca durante transmissão ao vivo, a pedido de um dos seguranças que trabalhavam no estádio. A cena foi registrada em tempo real.
Tudo ocorreu ainda nos primeiros minutos de partida no Mineirão. Marco Geves foi abordado pelo segurança, conhecido como Velloso, que usava o colete de número 006. Ele pediu para que a equipe trocasse de camisas em virtude de ofensas e ameaças proferidas por torcedores do Cruzeiro nas arquibancadas, em direção à área destinada à imprensa no Gigante da Pampulha.
“Nesse momento aqui, olha o que está acontecendo: o segurança aqui do Mineirão está falando para a gente colocar a outra camisa. A gente está com o uniforme do Bica Galo aqui. Não está permitindo que a gente use o uniforme de trabalho. Está registrado na transmissão aí. A gente está com o uniforme de trabalho, e o rapaz está pedindo para a gente trocar a camisa”, protestou Geves ao vivo.
O primeiro a trocar de roupa foi o comentarista João Miguel Crisóstomo, enquanto Marco Geves conversava com o segurança em questão. Depois, o dono do canal fez o mesmo. Por fim, o narrador “Big Brow” também teve de interromper o trabalho para a mudança de camisa.
“Absurdo! Absurdo, cara. Falta de educação! Parece que a gente está como torcedor aqui, mas a gente está trabalhando! O cara chegou aqui de forma ostensiva, mandando a gente tirar a camisa no meio da transmissão. Isso não existe. (…) Isso é babaquice, falta de respeito com a gente que está trabalhando aqui”, completou Geves.
Vou registrar a humilhação que nos fizeram passar na Tribuna de Imprensa do @Mineirao .
Peço RT de todos para que se tome alguma providência cabível.
Minuto 57 do link abaixo e o no outro vídeo neste post.https://t.co/btaJvmN108
O segurança Velloso, colete 006, ordenou de… pic.twitter.com/qZda8So4N7
— Marco Geves | BICA GALO (@Geves_Galo) September 12, 2025
O No Ataque procurou o Mineirão para um posicionamento sobre o caso. “Nada mais é do que uma questão de segurança. Para a segurança dele, inclusive”, iniciou fonte do estádio quando em contato com a reportagem.
O Gigante da Pampulha reforçou que todo o caso se deu por preocupação com a ligação natural do canal Bica Galo com o Atlético e os efeitos disso na relação entre os profissionais do veículo e os torcedores celestes que estavam nas arquibancadas. O Mineirão reforçou que Marco Geves e os colegas de trabalho estavam sendo hostilizados antes da partida.
Por fim, a fonte destacou que havia outras webrádios com símbolos vinculados ao Galo na área de imprensa durante o clássico pela Copa do Brasil. “Como ele estava sendo hostilizado, foi somente para resolver a questão”, disse.
O No Ataque também conversou com Marco Geves, que enfatizou a insatisfação com o caso. O profissional entrou em contato com a Associação Mineira de Cronistas Esportivos (AMCE), responsável pela recepção e organização da imprensa em boa parte dos jogos de futebol em Belo Horizonte.
“Eu ainda não sei como vai ser. Vou ter uma conversa ainda com a AMCE. (…) Mandei um e-mail cercado de verdades, bem escrito, mas relatando os fatos”, frisou.
“Ele (o segurança) falou com a gente antes, porém disse que estava sob controle (a situação). Se tivesse algum ‘motim’, ele voltaria. Não teve motim. Não teve absolutamente nada”, acrescentou ao NA.
A reportagem obteve acesso ao e-mail enviado por Marco Geves para a AMCE. No documento, o comunicador reafirma que o segurança agiu de forma “ostensiva e arbitrária” e disse acreditar que a abordagem foi “inadequada, constrangedora e desrespeitosa” ao exercício da profissão. Leia a seguir.
“Prezados,
Gostaria de registrar um acontecimento ocorrido na tribuna de imprensa do Mineirão, durante o clássico entre Cruzeiro e Atlético.
Nossa equipe, representando o Canal Bica Galo, estava devidamente credenciada e uniformizada com a camisa de trabalho do projeto. No entanto, um segurança do estádio se dirigiu a nós de forma ostensiva e arbitrária, solicitando que retirássemos o uniforme, alegando que não conseguiria garantir nossa segurança e integridade física naquele espaço destinado ao trabalho da imprensa.
Entendemos a relevância das medidas de segurança em jogos de grande porte, mas acreditamos que a abordagem foi inadequada, constrangedora e desrespeitosa ao nosso exercício profissional. Ressaltamos que estávamos em área de imprensa, devidamente identificados, e que o uniforme faz parte da identidade do veículo.
Diante disso, pedimos que a situação seja registrada e avaliada internamente, a fim de que episódios como este não se repitam, garantindo à imprensa condições seguras e respeitosas para exercer seu trabalho no Mineirão.
Agradeço desde já a atenção e fico à disposição para maiores esclarecimentos.
Atenciosamente,
Marco Geves
Canal Bica Galo“
Por fim, o No Ataque contactou a AMCE a respeito do caso. Presidente da associação, Luiz Carlos Gomes disse ter repassado a demanda de Marco Geves à Minas Arena, administradora do Mineirão.
“Eu estava no estádio e não fui procurado. O Marco Geves mandou um e-mail pra mim hoje. Eu vou encaminhar para a Minas Arena. É um problema da segurança do estádio. Toda vez que acontece algo, primeiro passo é fazer um B.O., se não fica um “disse me disse”. Eu não ouvi, não vi. Encaminhei o e-mail para a Minas Arena e estou aguardando retorno deles. Eu estava sentado no estádio. Não vi nada. Para mim, foi até uma surpresa”, iniciou.
“Como ele não procurou a AMCE, ficou entre ele e o pessoal da segurança. Ele não me procurou. Se ninguém me procura, como eu vou saber? E eu estava na tribuna e não vi nada. Hoje, para minha surpresa, chegou esse e-mail. O problema foi entre ele e um segurança. Eu sempre recomendo o pessoal para evitar a camisa quando é jogo assim, por segurança. Precisa ser uma coisa oficial, um B.O. na polícia”, completou à reportagem.
Dentro das quatro linhas, o Cruzeiro contou com dois gols de Kaio Jorge para voltar a vencer o Atlético, por 2 a 0. Como havia vencido o jogo de ida pelo mesmo placar na Arena MRV, também em Belo Horizonte, a Raposa garantiu vaga nas semifinais da Copa do Brasil – fase na qual medirá forças com o Corinthians.
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