Diretor do Palmeiras diz que Cruzeiro mentiu sobre Estêvão: ‘Choro de perdedor’

Diretor das categorias de base do Palmeiras, João Paulo Sampaio voltou a comentar a polêmica saída de Estêvão Willian do Cruzeiro, em 2021.

Principal promessa da Raposa na década passada, o atacante de 18 anos se transferiu para o Porco quando completou 14, há quatro anos.

Até os dias atuais, dirigentes dos dois clubes dão suas versões a respeito da história. Nessa terça-feira (26/8), em entrevista ao Podporco, João Paulo Sampaio tornou a defender o lado alviverde e disse que a diretoria do Cruzeiro mentiu.

“O Cruzeiro mentiu sobre a saída de Estêvão”

Em 2021, Estêvão completou 14 anos, idade em que é permitida a assinatura de contratos de formação. Nesse momento, o atacante optou por sair do Cruzeiro e ir para o Palmeiras.

Segundo João Paulo Sampaio, o diferencial para acertar essa contratação do foi a vontade do pai do garoto. O diretor afirmou que Ivo Gonçalves queria ouvir um “não” quando tentasse interferir na carreira do filho, e só com ele teria isso.

“O pai dele falou que queria ir para o Palmeiras porque aqui teria limites. ‘João Paulo, você vai saber me dizer não’. O pai (do Estêvão) falou para mim que precisava do não”, pois eu lhe diria não.”

“Aquelas histórias lá que o Cruzeiro falou que a gente deu tantos milhões (para fechar com o Estêvão) é tudo mentira. Choro de perdedor. Perdeu. Ele não quis ficar”

João Paulo Sampaio, diretor do Palmeiras

Tratamento especial à negociação

O dirigente ainda afirmou que monitorava Estêvão desde antes de sua ida ao Cruzeiro, em 2017: “Ele é aqui de Franca, (no interior de São Paulo), todo mundo queria. Foi um namoro de anos, sempre ligando para o pai dele para checar (sua situação).”

João Paulo Sampaio disse que tratou a negociação por Estêvão de forma especial, mas com valores dentro da realidade do Palmeiras, negando que tenha dado milhões à família do atacante.

Como Estêvão saiu do Cruzeiro?

Estêvão Willian está acostumado aos holofotes desde que era uma criança. Dotado de grande habilidade e refino técnico, o meia-atacante passou a ser chamado de ‘Messinho’ ainda na infância, quando encantou torcedores, dirigentes e marcas. Aos 10 anos, o menino de Franca, no interior de São Paulo, tornou-se o atleta mais jovem a ter contrato com a Nike.

Em maio de 2019, Estêvão ganhou os noticiários nacionais pela primeira vez, quando foi envolvido em escândalo de irregularidades cometidas pela diretoria do Cruzeiro.

Uma reportagem da TV Globo revelou que o então vice-presidente de futebol (2018-2019), Itair Machado, colocou os direitos econômicos do jogador como garantia de pagamento a um empréstimo feito por empresários. A ação é ilegal e fere conjunções da Lei Pelé, da Fifa e do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Pai de Estêvão, Ivo Gonçalves trabalhou no Cruzeiro durante esse período. Entre 2019 e 2021, o homem ocupou o cargo de assessor de relações sociais e captação (olheiro) do clube.

No ano em que o esquema foi exposto, a Raposa entrou em grande crise esportiva e administrativa. Rebaixado à Série B no fim da temporada, o Cruzeiro passou por dificuldades financeiras nos anos seguintes.

Sem conseguir ampliar o vínculo com Estêvão, a diretoria celeste viu o atacante se transferir para o Palmeiras em 2021. O presidente da Raposa era Sérgio Santos Rodrigues (2020-2023), que criticou publicamente o Verdão.

Em nota publicada nas redes sociais, o Cruzeiro acusou o coordenador das categorias de base do Palmeiras, João Paulo Sampaio, de aliciamento e comportamento inadequado. O dirigente negou as acusações.

Estêvão rendeu cifras milionárias ao Palmeiras

Em junho de 2024, o Palmeiras acertou a venda de Estêvão ao Chelsea. A equipe alviverde pode receber até 61,5 milhões de euros (R$ 358 milhões) pela negociação. São 45 milhões de euros (R$ 262,1 milhões) fixos, e 16,5 milhões de euros (R$ 96,1 milhões) em metas esportivas.