Ex-lateral de Palmeiras, Botafogo e Cruzeiro vira empresário no ramo de vestuário

Ex-lateral de Palmeiras, Botafogo e Cruzeiro vira empresário no ramo de vestuário

5 minutos 01/10/2025

Acostumado a se aventurar com ousadia pelas laterais dos gramados brasileiros com as camisas de Botafogo, Palmeiras, Cruzeiro e Seleção Brasileira, o ex-jogador Lucas Marques segue exercendo uma função que também requer coragem e determinação: a de empresário.

Os sinônimos de bom de trabalho para Lucas deixaram de ser bons cruzamentos aos atacantes e passaram a ser as vendas bem-sucedidas, enquanto os companheiros de labor passaram a ser os sócios, em vez dos jogadores.

Atualmente, o ex-atleta atua numa empresa do ramo de vestuários, em sociedade com o irmão Rafael e o amigo Caleber. A decisão foi sendo amadurecida desde a época em que Lucas ainda jogava, motivada também por questões familiares.

Aposentadoria precoce e apelo familiar

O futebol atual conta com atletas cada vez mais longevos. Zé Roberto, companheiro de Lucas no Palmeiras, por exemplo, aposentou-se aos 43 anos. O ex-lateral, no entanto, seguiu na contramão dessa tendência e pendurou as chuteiras precocemente, aos 32 anos, em 2020, quando atuava pelo Figueirense, clube que o revelou.

A decisão foi surpreendente para aqueles que apreciavam a carreira do jogador, cuja trajetória foi marcada pelo bom condicionamento físico e e praticamente sem lesões. Lucas revelou ao No Ataque que o encerramento da carreira se deu por motivos diversos: a distância da família, o desejo de fechar o ciclo onde tudo começou (Figueirense) e a menor frequência de oportunidades em times do primeiro escalão no futebol nacional.

Lucas em treino do Cruzeiro - (foto: Edesio Ferrerira/EM/D.A Press)
Lucas em treino do Cruzeiro(foto: Edesio Ferrerira/EM/D.A Press)

“Sobre a minha aposentadoria precoce, eu saí de casa muito cedo, com 14 anos eu já saí de casa e rodei por vários clubes nas categorias de base, até chegar no profissional. Quando eu cheguei no profissional, a minha esposa, que é médica, fazia faculdade em Florianópolis e eu viajei para morar sozinho em boa parte da minha carreira. Fui sozinho a BH, São Paulo e eu já tinha uma filha, comecei a ver que estava perdendo muito da criação dela”.

“Eu pensei que estava perdendo aproximação dela, eu queria participar mais, estar mais junto. E minha outra filha nasceu em 2018, bem próximo de eu completar 30 anos, eu já estava começando a jogar nos clubes menores, perdendo também na parte financeira e eu tinha o sonho de encerrar a carreira onde comecei: o Figueirense. E as coisas saíram como imaginei.”

Lucas, ex-jogador do Cruzeiro

Ainda sobre a possibilidade de passar a ter uma proximidade familiar ainda mais contundente, Lucas compartilhou com o No Ataque um momento emblemático vivido com a filha mais velha, que serviu como um “ultimato” para a término da carreira.

“Quando voltei para o Figueirense, estava construindo minha casa. Nessa época, minha filha me escreveu cartas lindas em agradecimento por eu ter voltado. Disse que era bom eu ter voltado a estar com ela. Mexe com o coração. Chega a me arrepiar. Acho que ‘Papai do Céu’ estava me dizendo para parar. Ali vi que deveria parar mesmo, até tive propostas, mas minha pausa foi muito tranquila. Não tive lesões, somente optei por encerrar onde tudo começou. Hoje moro em Floripa e sou grato por tudo”.

Lucas em momento de lazer com a esposa e filhas - (foto: Divulgação)
Lucas em momento de lazer com a esposa e filhas(foto: Divulgação)

Interesse por empreendedorismo vem desde os tempos de jogador

A ideia de formar uma sociedade não veio de supetão: Lucas planejava fazer este movimento desde quando jogava profissionalmente. O ex-atleta afirmou que sempre se interessou por atividades empreendedoras e participava de conversas com o amigo e o irmão, que já atuavam no ramo e que viriam a ser seus sócios.

Enquanto passava por Figueirense, São Bento, Botafogo, Palmeiras, Cruzeiro, Fluminense, Vitória e Botafogo-SP, Lucas já tencionava se aposentar de forma tranquila, a fim de explorar outras atividades que não estivessem diretamente ligadas ao esporte. O ex-lateral ressaltou que tinha o desejo de parar com a “cabeça boa”, para que conseguisse executar outras funções ativamente.

“Sempre imaginei este momento. Eu queria parar com a cabeça boa, com a cabeça nova ainda assim para fazer outras coisas. Eles iniciaram ali em meados de 2018, eu conversava sobre empreendedorismo com eles. Eles já tinham lojas e vendiam, eu achava muito interessante isso e já acompanhava o trabalho enquanto jogava”.


Lucas disputou torneio de futevôlei representando o Figueirense

Jogador dá lugar ao empresário: Lucas ingressa na sociedade

Quando se aposentou, Lucas usou os oito meses seguintes ao encerramento da carreira para ter um período “sabático”. Ao longo desse tempo, amadureceu a ideia de fazer parte da sociedade. Sentindo-se pronto, propôs aos parceiros o ingresso na empresa, valendo-se da experiência e expertise dos companheiros de negócio.

Os sócios atuam nos chamados “marketplaces” (plataformas online que funcionam como “shoppings virtuais”, onde vendedores diversos oferecem seus produtos ou serviços a uma grande base de consumidores), comercializando peças que variam entre sapatos, blusas, camisas, calças, bermudas, moletons e demais itens de vestuário.

A Hyve Store, loja em que Lucas ocupa o cargo de sócio-diretor, tem como logomarca uma coruja de óculos escuros. O ex-lateral do Cruzeiro, inclusive, usava uma blusa de moletom da marca quando concedeu a entrevista à reportagem.

“Quando parei, tive oito meses de descanso e em seguida pedi para entrar na sociedade. Eles me abraçaram e aproveitei o know-how deles, que já estavam no mercado. Eles já atuavam com uma empresa de e-commerce de vestuário. Basicamente vendas online, nos grandes marketplaces, como MercadoLivre, Shopee, Shein, Magalu, Netshoes, Zattini, etc. Foram me passando ideias e hoje temos essa sociedade, vendendo produtos de vestuário dentro do marketplace”.

Lucas

Participação ativa e atuação como ‘garoto-propaganda’

Lucas faz questão de participar ativamente dos processos da marca. A atuação, inclusive, não se restringe aos bastidores.

O ex-lateral salientou que por vezes aparece nas postagens da loja como garoto-propaganda e “alertou” aos torcedores para que não se assustem caso se deparem com sua imagem nas redes sociais.

Para além disso, Lucas se mostra empolgado ante aos processos de criação e desenvolvimento das campanhas de divulgação dos produtos que serão comercializados.

“Então, se o torcedor se deparar com a minha foto no MercadoLivre, na Shopee ou fazendo vídeos é porque gosto de participar ativamente assim, né? Se chama Hyve Store”.

É” muito legal. Um mundo totalmente novo. Eu fui criando as coisas tudo do zero, entendendo como funciona a internet, criar anúncio, fazer acontecer. Aposentei do futebol, mas a minha vida como trabalhador está bem ativa, com bastante coisa legal aí.”

Lucas

Entrevista de Lucas ao No Ataque

No Ataque publicou outros trechos da entrevista de Lucas. Dentre várias temáticas, ele falou do estilo “sincerão”e bem-humorado nas redes sociais, da passagem pelo Cruzeiro, das oportunidades na Seleção Brasileira e da relação com a família de Estêvão, joia do Chelsea que pode render R$ 300 milhões ao Palmeiras.



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