Internacional solicita à CBF reconhecimento do título do Brasileirão 2005

Porto Alegre, RS, 11 (AFI) – O Internacional formalizou um pedido ao Conselho Deliberativo para que a diretoria busque junto à CBF o reconhecimento do título do Brasileirão 2005. O movimento ganhou força após o documentário “Máfia do Apito” e falas recentes do ex-árbitro Edílson Pereira de Carvalho, pivô do escândalo de manipulação de resultados, que voltou a agitar os bastidores do clube gaúcho. O conselheiro Leonardo Aquino protocolou o requerimento citando o prejuízo técnico sofrido pelo Inter com a anulação de 11 partidas na Série A daquele ano.

O pedido destaca ainda exemplos internacionais, como o caso do Olympique de Marseille, que perdeu o título francês de 1992/1993, e o da Juventus, rebaixada após o escândalo no Campeonato Italiano de 2005/2006. O pleito colorado toma como base o artigo 2 do estatuto da FIFA, que trata da ética e lisura nas competições.

INTERNACIONAL E O BRASILEIRÃO 2005

No documento, Aquino relembra que o Inter foi pressionado a não recorrer à Justiça Comum, sob o risco de perder vaga na Libertadores de 2006 ou até ser rebaixado. O ex-presidente Fernando Carvalho precisou assinar um acordo com a CBF reconhecendo o Corinthians como campeão para evitar punições ao clube. “Ou ele assinava e reconhecia o Corinthians campeão, ou o Inter seria punido”, afirma o pedido.

O presidente do Conselho Deliberativo, Gustavo Juchem, recebeu o pedido na última quarta-feira e incluiu o tema na pauta da próxima reunião, além de encaminhá-lo à direção do clube. Já o ex-presidente Fernando Carvalho, que participou das negociações à época, pondera que é preciso analisar o impacto do acordo assinado há 20 anos antes de qualquer novo posicionamento.

MÁFIA DO APITO E AS CONSEQUÊNCIAS

O caso da Máfia do Apito segue sendo uma das maiores feridas do futebol brasileiro. A anulação dos jogos apitados por Edílson Pereira de Carvalho gerou prejuízo ao Inter, que argumenta ter sido o legítimo campeão daquela edição. O episódio no Pacaembu, quando o árbitro Márcio Rezende de Freitas não marcou pênalti em Tinga e expulsou o atleta, também é citado como decisão determinante.

O documento reforça que não se trata de revisionismo, mas de buscar justiça esportiva, defendendo que o Internacional foi injustamente prejudicado. O clube agora aguarda a deliberação do Conselho para definir os próximos passos na tentativa de obter o reconhecimento do título brasileiro de 2005.