Jornal argentino repercute desabafo de Cássio, do Cruzeiro: ‘Dolorosa denúncia’

Jornal argentino repercute desabafo de Cássio, do Cruzeiro: ‘Dolorosa denúncia’

4 minutos 26/08/2025
Jornal argentino repercute desabafo de Cássio, do Cruzeiro: ‘Dolorosa denúncia’
Jornal argentino repercute desabafo de Cássio, do Cruzeiro: ‘Dolorosa denúncia’ (Cássio ao lado da filha, Maria Luiza, e Janara Sackl, sua esposa)

O diário Olé, da Argentina, repercutiu o desabafo do goleiro Cássio, do Cruzeiro, sobre a rejeição da filha em escolas de Belo Horizonte. O jogador contou que a pequena Maria Luiza é autista não verbal e apenas um colégio na capital mineira aceitou a matrícula da garota de sete anos.

O jornal argentino colocou em manchete: “A dolorosa denúncia de Cássio no Brasil e a semelhança com a luta de Rodrigo Rey”.

Olé destacou denúncia feita pelo goleiro do Cruzeiro

De acordo com o Olé, “o caso voltou a evidenciar as barreiras que ainda existem em instituições de ensino em todo o mundo”.

O diário argentino aproveitou para relembrar o caso do goleiro Rodrigo Rey, do Independiente, da Argentina. O filho mais novo de Rey, Benício, foi diagnosticado com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e viveu uma situação discriminatória na escola.

O “espaço de tranquilidade” oferecido pela escola a Benício foi um colchonete jogado no chão.

Denúncia feita pelo goleiro Rodrigo Rey nas redes sociais

“Esta imagem é o suposto ‘espaço de calma’ do nosso filho na escola. Esta imagem descreve o que viemos enfrentando com essa escola. Esta imagem parte a nossa alma em mil. Uma escola particular, que conta com pais que ofereceram de tudo”, publicou Rey em seus stories do Instagram.

“Hoje nosso filho, depois de duas semanas doente, voltou à escola com muito esforço, em um processo de recuperação física, já perdeu quase dois quilos. Hoje ele precisou de um espaço de calma e não o teve. Ele tentou se deitar ali e não quis nem saber. Metade do corpo para fora e quase como se estivesse no chão”, acrescentou o jogador.

Rey disse que ofertou melhores condições para a escola do próprio bolso. “Vocês não têm ideia de quantas vezes oferecemos incorporar coisas não só para o Beni, mas para todas as crianças que precisassem e pudessem se beneficiar”, disse.

“Não vamos permitir que continuem desrespeitando mais ninguém. Não queríamos que este momento chegasse, só queríamos usar nossas energias para que nosso filho ficasse bem. Esta escola está negando a crianças o direito de ter um espaço melhor e adequado para esses casos. É incrivelmente incompreensível”, ressaltou o goleiro do Independiente.

Qual foi o desabafo de Cássio?

O goleiro Cássio compartilhou a situação que tem enfrentado com a família e criticou as escolas que se apresentam como inclusivas, mas recusam a matrícula da filha.

“Tenho tentado matricular minha filha em diferentes escolas, mas a resposta é quase sempre a mesma: ela não é aceita. Muitas vezes somos chamados para conversar, eu e minha esposa vamos até a escola, explicamos tudo, mostramos disposição em colaborar. No final, a resposta é sempre negativa”, escreveu.

Cássio contou que Maria é acompanhada de perto por uma profissional especializada desde os dois anos de idade e que esta poderia ser um apoio dentro da sala de aula, sem atrapalhar o aprendizado dos demais colegas. Contudo, isso geralmente não é aprovado.

Ele reiterou que uma escola em Belo Horizonte aceitou a criança, mas que se não fosse por essa, ela não teria onde estudar na cidade. O goleiro é um ativista na causa da inclusão, principalmente quando voltada para questões envolvendo o espectro autista.

“O mais triste é ouvir isso justamente de escolas que se apresentam como ‘inclusivas’. Como pai, ver sua filha rejeitada simplesmente por ser autista é algo que corta o coração. Inclusão não é só palavra bonita em propaganda, é atitude”, falou o goleiro da Raposa.


O que significa autista não verbal?

O autista não verbal pode ter dificuldades significativas ou, nos casos mais extremos, não utilizar a fala para se comunicar. Contudo, elas podem se expressar de outras formas, que inclui o uso de gestos, linguagem corporal, sistemas de símbolos visuais ou até dispositivos eletrônicos que produzem voz.

A ausência de fala não significa que o autista tenha dificuldade de compreensão, mas é necessário estratégias de comunicação para que eles sejam incluídos no ambiente que convivem, seja na escola ou no trabalho.

O que diz a lei sobre os direitos das pessoas com espectro autista?

Segundo previsto na lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista incluída nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do art. 2º, tem direito a acompanhante especializado.

Além disso, conforme art. 7º, o gestor escolar ou autoridade competente que recusar a matrícula de alunos com transtorno do espectro autista ou qualquer outro tipo de deficiência deve ser punido com multa de três a 20 salários-mínimos. Em caso de reincidência, o responsável deve perder o cargo.

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