O que faltou? Técnico do Cruzeiro identifica demora para ‘se olhar com grandeza’

O que faltou? Técnico do Cruzeiro identifica demora para ‘se olhar com grandeza’

3 minutos 14/09/2025

Por pouco, o Cruzeiro não volta para Belo Horizonte com o título do Campeonato Brasileiro Feminino. Neste domingo (14/9), as Cabulosas visitaram o Corinthians na Neo Química Arena, em São Paulo, e perderam a grande final por 1 a 0. O desenho da partida no segundo tempo fez a torcida celeste acreditar que era possível, mas o time não converteu. Jonas Urias, comandante da Raposa, identificou demora para ‘se olhar com grandeza’.

O Cruzeiro entrou em campo com uma proposta defensiva. O Corinthians, integrado por quatro atacantes e apoiado por mais de 40 mil pessoas, exerceu pressão. Na primeira etapa, a solidez defensiva da Raposa que chamou atenção, e as equipes saíram para o intervalo com empate sem gols.

Na volta, mesmo cenário. Dessa vez, as investidas corintianas deram resultado. Ainda aos 4 minutos, Tais Ferreira aproveitou rebote e marcou o único gol da partida. Na sequência, para buscar o prejuízo e aproveitar eventuais espaços, o Cruzeiro se tornou mais ofensivo. Acumulou algumas chances, mas pecou em detalhes finais e não saiu do zero.

Por que o time demorou para ocupar espaço no campo defensivo do Corinthians? Jonas Urias explicou que durante a maior parte do confronto o grupo não conseguiu aplicar o planejado – ele se colocou no ‘pacote’.

“Um dos sentimentos mais frustrantes para o treinador é você planejar algo e, por alguma razão, e eu me responsabilizo, não conseguir fazer com que o plano seja executado”, iniciou.

Nessa linha, ele argumentou que não alterou a estratégia para a segunda etapa: “A mudança na dinâmica do jogo hoje não veio porque a gente mudou. Ela veio porque a gente começou a fazer o plano”. Para Jonas Urias, o Cruzeiro precisa se ver como capaz.

“A gente tem que confiar no que está fazendo. Foram ideias, funções, que quando a gente aplicou, a partir do gol sofrido, a gente no jogo. O segundo tempo foi equilibrado, motivou substituições por parte do Lucas (Piccinato, técnico do Corinthians)… A Paloma (Maciel, zagueira) parou do meu lado em um atendimento, eu falei para ela ‘por que a gente demora tanto tempo para se olhar com grandeza?’”

Jonas Urias, técnico do Cruzeiro

‘Maturidade emocional’

O tento sofrido despertou o Cruzeiro. E Jonas Urias lamentou que isso não tenha ocorrido antes da ‘fatalidade’: “A virada de chave, sofrer o gol, olhar e falar ‘pô, não tem mais nada a perder’. A gente falou para elas ‘a gente não tinha anda a a perder desde o início’. A gente queria entrar com essa cabeça”.

Ao longo da temporada, o técnico celeste destacou a importância de ‘criar casco’ para lidar emocionalmente com partidas decisivas. Após a derrota para o Corinthians, ele tocou novamente no tema.

“A maturidade emocional para que você realiza plenamente aquilo que você gostaria, isso ainda a gente está construindo. Isso está relacionado ao lastro, à experiência, à vivência. Quando a gente sofre um gol, olha pra outra e fala ‘a gente não tem nada a perder’, a gente põe a bola no chão, começa a virar o jogo, toca entre linhas, vai para o duelo, melhora passes e tudo mais. Vira uma das finais mais difíceis que o Corinthians já enfrentou”

Jonas Urias, técnico do Cruzeiro

Campanha do Cruzeiro

A derrota no último degrau do Brasileiro não apaga a trajetória recheada de ineditismos: o Cruzeiro avançou ao mata-mata da competição em primeiro lugar, chegou à decisão, conquistou vaga na Copa Libertadores de 2026 e solidificou conexão com a torcida – na caminhada, o time quebrou o recorde de público do futebol feminino de clubes em Minas Gerais.

Quando o Cruzeiro volta a jogar?

Agora, o Cruzeiro se concentra no Campeonato Mineiro. As Cabulosas estreiam no Estadual já no próximo sábado (20/9), às 15h, contra o Araguari, na Arena Gregorão, em Contagem – o estádio será a casa da equipe na primeira fase.

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