Problema do Atlético aflige Sampaoli; seca já dura mais de um mês

Problema do Atlético aflige Sampaoli; seca já dura mais de um mês

5 minutos 22/09/2025

Em quase todas as respostas da entrevista coletiva dada após a derrota por 1 a 0 do Atlético para o Botafogo, nesse sábado (20/9), pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro, o técnico Jorge Sampaoli bateu na mesma tecla. O argentino deixou claro que, dos diversos problemas que o time enfrenta em meio à crise, o que mais o aflige é o baixo desempenho do ataque.

Sampaoli apontou que o time não tem apresentado contundência ofensiva – ou seja, por mais que tenha apresentado certo volume nos últimos jogos, foi pouco efetivo nas conclusões – e comentou sobre a má fase de jogadores que em outros momentos tinham bons números no ataque. Embora não tenha citado nominalmente, sabe-se que o principal deles é Hulk – principal jogador do time, o camisa 7 amarga seca de nove jogos e mais de um mês sem encontrar o caminho das redes.

O jejum que o ídolo do Galo enfrenta se confunde com o dos atacantes do time em geral. Desde o último gol de Hulk, na vitória por 2 a 1 sobre o Godoy Cruz, pela ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana, na Arena MRV, no dia 14 de agosto, nenhum jogador da posição marcou gols.

Os números da seca dos atacantes do Atlético

A seca, portanto, já dura mais de um mês e 884 minutos, no total. Nos nove jogos disputados neste período, o Galo marcou apenas cinco gols, cada um com um autor diferente. Dois foram de defensores – um do lateral-direito Natanael (contra o Godoy Cruz) e um do zagueiro Vitor Hugo (contra o Bolívar) – e três, de meio-campistas – um de Igor Gomes (contra o Santos), um de Alexsander (contra o Bolívar) e um de Gustavo Scarpa (contra o Grêmio).

Em cinco dessas partidas, o Atlético passou em branco e perdeu – foram três derrotas por 2 a 0, duas para o Cruzeiro, na semifinal da Copa do Brasil, e uma para o São Paulo, no Brasileiro – e dois reveses por 1 a 0 para Vitória e Botafogo, no Brasileiro.

Em outros três jogos, o Galo marcou apenas um gol – a vitória por 1 a 0 sobre o Godoy Cruz, na volta das oitavas da Sul-Americana, que foi o único triunfo sobre o período; o empate por 1 a 1 com o Santos, pelo Brasileiro; e a derrota por 3 a 1 para o Grêmio, também pelo campeonato nacional.

E, em apenas uma partida, o alvinegro balançou as redes mais uma vez – o empate por 2 a 2 com o Bolívar, pelas quartas da Sul-Americana, no qual esteve ganhando até a reta final, mas levou gol de pênalti aos 42 do segundo tempo, quando jogava com um a mais.

Para piorar…

Para piorar, o atacante “mais confiável” do Atlético depois de Hulk se lesionou e não joga mais neste ano.

O argentino Tomás Cuello, destaque do time na temporada e segundo principal artilheiro, com seis gols – além de seis assistências -, fraturou a fíbula associada a ruptura de ligamentos do tornozelo esquerdo na quarta-feira (17/9), no empate do alvinegro por 2 a 2 com o Bolívar, deixou o gramado do Estádio Hernando Siles, em La Paz, chorando de dores e deve ficar no mínimo até o fim do ano sem jogar.

As falas de Sampaoli sobre o problema ofensivo do Galo

  • “Tem que melhorar o time no último terço do ataque. A verdade é que hoje no primeiro tempo o time foi melhor que o rival, 11 contra 11 e 11 contra 10. Mas no segundo tempo, começou a se desordenar e isso gerou que o rival aproveitasse uma ação e concretizasse. Temos que melhorar bastante e trabalhar muito o tema ofensivo, porque o time não está encontrando variantes ofensivas para ganhar nos jogos que têm vantagem (numérica).”
  • “Estamos trabalhando todo o tempo. Estamos recém-chegados, tentando corrigir através de pouco tempo do treinamento, mas otimizando tudo. Lamentavelmente, é um déficit que estamos tendo agora, mas o mais preocupante é o ofensivo. Ofensivamente o time tem volume, mas não tem contundência nas possibilidades que gera, por isso temos que discutir sobre isso; É muito trabalho, muitas situações estruturais que permitam que haja mais situações de gol para ganhar a partida. Hoje, pode acontecer que o rival, em uma jogada, faça um gol, mas carecemos de criatividade ofensiva.”
  • “Não teve variação tática, só mudanças de jogadores propriamente (do jogo contra o Botafogo em relação ao jogo contra o Bolívar). Jogadores como Scarpa e Arana vinham cansados da Bolívia e, por isso, escolhi Reinier (no lugar de Scarpa) e Caio (no lugar de Arana). O que faltou foi nível, o time não teve nível de claridade no último terço.”
  • “Tenho o conhecimento do time bastante claro. Temos que tentar ter a possibilidade de levantar as estatísticas de gol da equipe, que vêm sofrendo há muito tempo. Isso é o mais complicado de agora, a contundência, a equipe não consegue ser contundente, faz um esforço enorme, mas lamentavelmente não se chega a nada.”
  • “Como disse, estamos recém-chegados, estamos tentando mover alguma coisa. Bem, mais do que tudo, é levantar o nível individual dos jogadores que, em épocas anteriores, tiveram muita estatística de gol. Isso não acontece agora. Temos tentado mover e dizemos todos os dias aos jogadores que…o futebol se ganha com gols. E nós temos que encontrar a solução da primeira linha, da segunda linha. Se não acontece na primeira linha, tem que conseguir na segunda linha, como contra o Santos, porque se não, seguramente, tudo será mais difícil. Hoje, a equipe fez um grande primeiro tempo, teve mais chances que o rival, que não teve chance em praticamente toda a partida. E perdemos um jogo que, lamentavelmente, fomos superiores, mas não tivemos a contundência ofensiva necessária.”

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