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A Série A do Campeonato Brasileiro é conhecida, entre outras coisas, por reunir os principais clubes e cidades do país, a exemplo das metrópoles São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Em 2025, entretanto, chega ao torneio um time que vai na contramão dessa tradição.
O Mirassol, da cidade homônima, vai jogar a elite nacional pela primeira vez em seus 99 anos de história – o centenário será completado em 9 novembro. O município que abriga o clube está localizado no interior paulista, a cerca de 450km da capital, e é o único da Série A com menos de 100 mil habitantes.
A marca de 100 mil, na verdade, é quase o dobro da população mirassolense. Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 63.337 pessoas habitavam a cidade em 2022. Em 2024, a estimativa era de que o número havia subido para 65.485 – inferior às capacidades de Maracanã (78.838 torcedores) e Morumbis (66.795).
Bragança Paulista, a pouco mais de 400km de Mirassol, é a segunda cidade com população mais baixa entre as que abrigam times da Série A: 176.811. Além das localidades interioranas, Santos e Caxias do Sul, que estão na casa dos 400 mil, ficam fora do grupo dos municípios com pelo menos 1 milhão de habitantes.
São Paulo, com 11,4 milhões, e Rio de Janeiro, com 6,2 milhões, estão no topo da lista. Na casa dos 2 milhões de habitantes aparecem Fortaleza, Salvador e Belo Horizonte.
Os números abaixo foram fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de acordo com o Censo Demográfico de 2022:
Desde 1984 que o Brasileirão não tinha um time de uma cidade com população tão baixa quanto Mirassol. Naquele ano, o vice- lanterna foi o Catuense, que estreava na competição. O clube é da cidade de Catu, na Região Metropolitana de Salvador–BA, que à época abrigava 39,4 mil habitantes.
Pouco antes disso, em 1977, o Villa Nova disputou o torneio. No período, segundo o censo do IBGE de 1970, Nova Lima, que abriga o Leão do Bonfim, contava com 34 mil moradores.
O Mirassol recebe os adversários no Estádio Municipal José Maria de Campos Maia, o menor da Série A. O Maião tem capacidade para até 15 mil torcedores, conforme o laudo de segurança do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP).
Em 2024, consoante o site Ranking CBF, o clube registrou média de 3.746 torcedores nos jogos como mandante na Série B – o que representa 5,9% da população de Mirassol. Ao todo, 71.178 pessoas foram ao estádio para assistir às partidas do Leão pela Segunda Divisão.
Para a Série A de 2025, o Mirassol investiu R$ 8 milhões em reformas o Maião, reporta o ge.globo. O valor foi utilizado para revitalização da fachada, que agora terá as cores do clube – verde e amarelo -, instalação de dispositivos de reconhecimento facial, troca do alambrado por proteção de vidro, melhorias nos banheiros e mudança na iluminação do campo. Além disso, o setor de camarotes foi ampliado e as cabinas de imprensa mudadas de lado.
O Mirassol vive começo de temporada inconstante. Depois de cinco vitórias nos seis jogos iniciais da primeira fase do Campeonato aulista, o Leão engatou uma sequência negativa de quatro derrotas e um empate, o que custou o cargo de Eduardo Barroca.
O time ainda perdeu mais uma vez na etapa por grupos antes de ser eliminado pelo Corinthians nas quartas de final. Em 14 de março, 21 dias após a demissão de Barroca, Rafael Guanaes foi anunciado como comandante da equipe para a Série A do Brasileiro.
Ele vai estrear neste sábado (29/3), no Mineirão, contra o Cruzeiro, pela primeira rodada. A bola vai rolar a partir das 18h30.
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